O que fazer em Cameron Highlands, região das montanhas na Malásia
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outubro 9, 2020Viajar sozinha pode ser um grande desafio e uma experiência cheia de surpresas também. E assim foi meu final de ano, meu primeiro natal e virada de ano sozinha do outro lado do mundo em um país muçulmano!
Quando pensamos em uma viagem de longo prazo primeiramente são muitas dúvidas e aquele frio na barriga. E uma das coisas que eu pensava muito era: como vou passar as datas comemorativas sozinha, longe da família? Onde estarei? Quem serão minhas companhias?
Meu natal e ano novo de 2019 para 2020 foi muito diferente de tudo que eu imaginava. Primeiro porque eu já tinha alterado meu roteiro algumas vezes durante a viagem, e quando estas datas chegaram eu estava na Malásia e não mais na Tailândia como era o planejamento inicial.
Primeiro Natal sozinha do outro lado do mundo em um país muçulmano
Já perto do natal, consegui um Work Exchange em Kuala Lumpur na Malásia cuidando de um doguinho simpático. E na Malásia, por questões religiosas o natal não é comemorado. Eles tem outras datas, outras comemorações. Porém foi um grande engano meu! O natal não é comemorado da forma e com o significado que tem para nós. Entenda melhor a seguir.
Kuala Lumpur é um grande centro de compras, e para lá vai gente do mundo todo comprar coisas de marcas famosas, logo a cidade é cheia de shoppings! Resultado: devido ao grande número de turistas de todos os lugares do mundo na cidade, os shoppings são muito enfeitados nesta época com pinheirinhos, bonecos de neve, luzes e muitas cores. Porém a decoração se limita a tudo que se refere ao natal, mas nada que lembre Jesus Cristo e nenhuma imagem de Papai Noel. Decoração de natal sem o seu Noel!
Eu fiquei chocada com a cidade tão enfeitada. Estava tudo lindo demais, foi uma bela surpresa para mim!
Comemorações de Natal em Kuala Lumpur, na Malásia
Na noite do natal, como estava sozinha com o doguinho e ele seria minha companhia. Decidi então ir até Bukit Bintang (bairro mais agitado de KL) para dar uma olhada na decoração e sentir o clima de natal, apesar da data não ser comemorada por lá. Chegando no local, para minha surpresa, estavam todos comemorando! Muitos balões, um jogando spray de espuma no outro, gente fantasiada, dança, música na rua e as pessoas estavam muito alegres. Foi inacreditável o que eu estava presenciando.
Mas como assim, o que então eles estavam comemorando no dia 24 de dezembro se eles não comemoram o natal? Não sei! Mas pelo o que pesquisei é comemorado como um dia da família. É um dia de festa para eles, ao menos em Kuala Lumpur, porém sem nenhuma conotação religiosa. Confesso que mesmo sozinha me diverti muito! Perto da meia noite voltei para casa, abri um drink e recebi uma ligação de meus pais, já que meu natal começou antes do que o deles, devido ao fuso horário. Foi uma experiência muito interessante.
Virada de ano sozinha em país muçulmano
Eu tinha combinado de passar a virada de ano com minha host e dona do doguinho que eu estava cuidando. Seria uma janta na casa dos amigos dela. Porém, no dia 29 de dezembro descobri uma cidade chamada Cameron Highlands, na região montanhosa da Malásia e como eu já tinha passagens compradas para Singapura e Filipinas, eu teria que ir já no outro dia para Cameron para dar tempo de conhecer e não comprometer o resto do roteiro. Ou seja, mudaria meus planos de Réveillon. Sendo assim, conversei com a host que super entendeu minha decisão, arrumei a mochila, me despedi dela e do doguinho o no outro dia cedo parti para Cameron Highlands.
No dia 31 de dezembro ainda fiz passeio durante o dia todo na cidade. Chegou fim do dia eu estava um pouco triste por ser virada de ano e não teria nenhuma comemoração. Somente mais um dia comum. Logo isso tudo mudou.
Noite de Revéillon
No passeio que fiz na manhã daquele dia conheci um paquistanes e fizemos amizade. Ele comentou comigo que havia um barzinho de estrangeiros onde a griangaiada iria comemorar algo. Sendo assim, fui até o bar encontrar ele e um amigo indiano dele. Somente eu bebi, uma Guinness inclusive. Eles não bebiam. Conversamos durante algumas horas e expliquei para eles como era comemorada a virada de ano no Brasil, as pessoas vestidas de branco e tudo mais. Eles acharam bem curioso. Me explicaram sobre seus costumes, como eram as festa de casamento nos seus respectivos países e por aí vai.
Depois fomos jogar sinuca em outro lugar. Pois é, passei a virada de ano jogando sinuca com um indiano e um paquistanês, em um lugar onde de mulher só tinha eu e a recepcionista, mas não era um lugar que representava qualquer perigo. Certamente essa virada de ano serviu para quebrar muitos preconceitos de minha parte.
Rimos muito nessa noite, e perto da meia noite voltamos ao barzinho dos estrangeiros para comemorar a virada. Neste bar estavam todos os gringos da cidade que esperavam uma comemoração de Réveillon. Teve abraço com gente que eu nunca tinha visto na vida, brindamos, teve língua de sogra e confete para todo lado. Exatamente meia noite uma gringa me abraçou como se fossemos amigas há anos e me desejou muitas coisas boas. É por isso que eu gosto tanto de viajar, vivemos experiências muito inusitadas e enriquecedoras! Teve também alguns poucos fogos de artifício!
Jantar com indianos e troca de ideias pós virada
Depois das comemorações, conversávamos no meio da rua e encontramos uma família de indianos. Saímos para jantar todos juntos, comendo com a mão assim como eles, e boas comidas típicas indianas enquanto conversávamos sobre as peculiaridades dos nossos países, falei um pouco sobre o Brasil e eles me deram algumas dicas da Índia enquanto lamentavam eu falar que a Índia tinha fama de ser um país muito perigoso para as mulheres viajarem. Pois bem, eles não sabem disso, mas boa parte da minha decisão de ir para a Índia teve influência deles, que eram pessoas super simpáticas e me falaram tão bem de lá. Hoje se eu os reencontrasse, certamente agradeceria os conselhos, pois apesar da Índia ser meu caso de amor e ódio foi uma das viagens mais incríveis que eu já fiz.
Conclusão
Apesar de ter passado estas importantes datas do outro lado do mundo sozinha e longe da família e amigos, comemorando de uma forma diferente e com pessoas desconhecidas, foram experiências incríveis que somente uma viagem poderia ter me proporcionado e sou muito grata por isso. Me senti muito acolhida por todos. Falar da nossa cultura para os outros e ver como eles nos enxergam é uma bagagem muito forte!
Se faria de novo? Com certeza! Espero ter muitas experiências como estas ao longo de minha jornada viajante!
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