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Quando decidi colocar Jaisalmer no meu roteiro pela Índia, o que eu mais queria fazer lá era o passeio no deserto de Thar e dormir uma noite por lá vendo as estrelas. Minha cabecinha romântica de quem adora os filmes de natal do Netflix e princesas já criou uma imagem linda do passeio, vendo um pôr do sol maravilhoso e dormir vendo o céu estrelado no deserto. Pois é, tudo isso ficou só na minha imaginação, porque o perrengue foi daqueles épicos. Juro que teve horas que eu ria de nervoso.
O Deserto de Thar antes de começar a tempestade de areia
A minha primeira preocupação ao procurar um passeio pelo deserto era achar um que eu pudesse fazer de jeep e não com camelos. E foi a melhor coisa que fiz, pois os bichinhos não estão nada felizes de ficar carregando seres humanos egoístas no lombo (pronto, falei!). Podem me xingar a vontade, mas depois me explique como que uma criança pode andar pelo deserto puxando um camelo e você não pode andar na areia? Não financie esse tipo de turismo.
Até aí tudo certo, chegamos no deserto de Thar e quando vi a vista, a paisagem, já veio aquela expressão uooolll que lugar lindo! Vamos lá correr para tirar lindas fotos e assistir um pôr do sol inesquecível. O vento já estava incomodando um tanto, mas como eu estava no deserto imaginei que era normal.
Tempestade de areia
Estava o grupo todo bem lindo e saltitante nas dunas, pegamos nosso lugar para contemplar o pôr do sol e nisso olhamos para o lado estava nosso guia aos berros nos chamando para voltar para o acampamento. Eis que nosso pôr do sol foi trocado por uma tempestade de areia! Saímos correndo e voltamos para nosso acampamento, alternando entre comer areia e tentar tirar areia do olho, nariz e ouvido. Não conseguimos assistir o pôr do sol.
Chuva no deserto de Thar
Já a salvos da tempestade de areia, jantamos, ouvimos música, conversamos, tiramos sarro do japonês que ficou indignado quando falamos que no Brasil tem cream cheese no sushi, tudo isso ao redor da fogueira, pois o frio estava de lascar!
Como se não bastasse nosso pôr do sol frustrado, eis que começa a chover! Nossas camas que já estavam prontas no meio do deserto para dormirmos vendo as estrelas agora estavam sendo molhada pela chuva. O teto do acampamento tinha mais furo que cueca velha, chovia mais dentro do que fora. Ninguém estava preparado para chuva. Corremos para dentro do acampamento com teto peneira, jogamos todas as cobertas no chão, deitamos em cima e os guias simplesmente jogaram uma lona por cima de todos nós. Ali ficaríamos até acabar a chuva, sabe se lá por quanto tempo (isso durou pouco mais de uma hora).
Pensei comigo, nada pode piorar…sim, sempre pode! Todos debaixo da lona e vi uma aranha no cabelo da Lu. Tentei não fazer alarde porque sabia que ela iria começar a gritar e aí que a gente nunca mais acharia a tal da aranha. Falei no ouvido da Ju, bem baixinho (não fala nada para a Lu, só tira a aranha do cabelo dela). Meu plano de não apavorar ela deu certo em partes, até ela entender o que estava acontecendo e se assustar já tínhamos dado jeito na aranha.
Após a tempestade – a grandiosidade do deserto de Thar
A chuva passou, o céu abriu, as cobertas ficaram molhadas, quase morri de frio, tivemos que fazer a necessidade em uma moita mas mesmo assim nos divertimos muito! Rindo da própria desgraça e fazendo amizades de perrengue. Daquelas histórias que fica para a vida. Essa foi a nossa noite no deserto. Não teve pôr do sol e noite debaixo das estrelas, mas teve boas risadas, boa companhia e cerveja. E história para contar! Quer ver detalhes e vídeos desse perrengue, confere lá nos destaques Índia 2 do Instagram do @idasemilhas
Você sabia que eu já fiz um período sabático e sozinha? Quer dicas de como viajar sozinha pela primeira vez? Confere esse post onde dou várias dicas!
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